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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Antes ser um Rei na Prússia, do que ser um Rei sem Prússia!

Por Sua Alteza Sereníssima o 
PRÍNCIPE ANDRE III TRIVULZIO-GALLI
14º Príncipe e 9º Duque de Mesolcina, Príncipe do Sacro Império Romano-Germânico

Os Fiéis Leitores deste Blog de Cavalaria deverão perdoar a Nossa demora em escrever novas matérias para esta querida página, porém nos comprometemos desde já a passar a escrever com maior afinco nesta nova fase deste Blog.

Deste dia em diante, o Blog da Cavalaria não mais militará abaixo da bandeira de uma Ordem de Cavalaria determinada, porém será um local de reflexão e de estudos sobre a Nobreza, Cavalaria e Heráldica.

O título que inicia esta Nossa postagem de hoje, reflete o espírito de adaptação da Nobreza a novas situações que o destino lhe lança à sorte. 

Era o Eleitor de Brandemburgo em 1701 o Príncipe Frederico III von Hohenzollern, que como todos os Fiéis Leitores desta página já sabem, é antepassado do autor destas linhas. Frederico III era também o Duque da Prússia, Ducado este, que diferente do Eleitorado de Brandemburgo, não ficava dentro do Sacrossanto Império Romano-Germânico. 

Frederico, 1º Rei na Prússia.

Frederico III não estava porém feliz com seu título de Eleitor, que era, logo abaixo do título de Rei, o mais importante da hierarquia daquele Santo Império. Frederico III queria demonstrar seu poder e grandeza, sendo coroado REI. 

Havia porém um grande empecilho a estas pretensões do Eleitor de Brandemburgo: dentro do Sacro Império, somente poderia haver três Reis: Um era o Rei dos Germânicos, que era o Sacro Imperador, outro, era o Rei dos Romanos, título que também cabia ao Sacro Imperador, por vezes concedido a seu Herdeiro. O último, era o Rei da Boêmia, que desde 1526 pertencia hereditariamente aos Arquiduques da Áustria, ou seja, aos Sacro Imperadores. 

Esta regra porém não pôs fim às pretensões de Frederico III, que pretendia ser o Rei da Prússia. Leopoldo I, Sacrossanto Imperador Romano-Germânico passou a perceber as pretensões exacerbadas de Frederico III, e, em troca de sua ajuda contra os franceses na Guerra de Sucessão Espanhola, permitiu que Frederico III se auto coroasse Rei.

Leopoldo I

Leopoldo I, porém, não poderia permitir um Rei da Prússia, vez que, como Eleitor de Brandemburgo, Frederico III era seu vassalo. Leopoldo I de Habsburgo fez então com que Frederico III fosse coroado então como Sua Majestade Frederico I, Rei na Prússia. 

O fato de ser Rei na Prússia, e não Rei da Prússia pode nos parecer pequeno, porém, para a estrutura feudal da Europa do século XVIII esta diferença era enorme. Frederico seria sim o Rei, porém seria um Rei de um Ducado, por isso, Rei na Prússia, e não Rei da Prússia. 


Frederico tentou de todas as formas fazer o Imperador Leopoldo I mudar de ideia, porém Leopoldo I o ameaçou de lhe tirar a Prússia em uma guerra, caso não desistisse de sua ideia. 

Frederico disse então que "antes ser um Rei na Prússia, do que ser um Rei sem Prússia". Por meio desta simples frase do 1º Rei na Prússia nós podemos tirar uma importante lição, Fiel Leitor, a de que o espírito da Nobreza é facilmente adaptável às novas situações que as adversidades dos tempos lhe impõe. 

Por vezes muitos Príncipes, herdeiros de Chefias de importantes Casas Principescas, como está na moda se dizer "ex-Reinantes" veem-se em situações de dificuldade em adaptarem-se às novas circunstâncias que os tempos lhes impõe, porém, estimado leitor, devem sempre ter em mente o censo de adaptação de Frederico I na Prússia: Antes ser um Príncipe em tempos modernos, do que ser um Príncipe sem tempo nenhum! 

Andre III
Príncipe e Duque de Mesolcina e Príncipe do Sacrossanto Império Romano-Germânico
Chefe da Casa Principesca de Trivulzio-Galli.       

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