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quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Brasão da Família Imperial Brasileira


Sempre ocorreu no Brasil uma grande confusão entre o Brasão do Império, e o da Família Imperial.

A Família Imperial Brasileira é a Casa de Bragança (isso mesmo BRAGANÇA, pois Orléans-Bragança nunca foi o nome oficial da Casa Imperial, mas sim dos descendentes de Dona Isabel I), que reinou em Portugal desde 1640.

O início desta importante família, cujo nome oficial é Sereníssima Casa de Bragança deu-se em 1401, quando o Rei Dom João I de Portugal deu a seu filho bastardo Dom Afonso um Ducado cuja sede estava na cidade de Bragança. Dom João I era membro da Dinastia de Avis, logo, a Casa de Bragança, é um ramo (embora bastardo) da Casa de Avis. Dom João I (de Avis) era também filho bastardo, do Rei Dom Pedro I de Portugal, membro da Dinastia de Borgonha, logo a Casa de Avis, e a Casa de Bragança, são na verdade, ramos sequenciais da Dinastia de Borgonha, que tem suas raízes na III Dinastia Real da França (Capetíngea), logo, todos os descendentes masculinos da Casa de Bragança, são também Capetíngeos. 

Como uma Casa Nobre da Europa, a Sereníssima Casa Ducal de Bragança possuía um Brasão de Armas, que era assim descrito:
Em Campo de prata, uma Cruz-de-Santo-André de goles, carregada de cinco escudetes de cosidos de blau, com as quinas de Portugal.
 
Brasão da Sereníssima Casa Ducal de Bragança (antigo)
Tal Brasão de Armas foi utilizado desde o I Duque de Bragança, e quando Dom João II, VIII Duque de Bragança, torna-se Rei de Portugal com o título de Dom João IV, em 1640, tal brasão de Armas foi mantido em caráter familiar, embora o Reino tivesse seu Brasão próprio.

Brasão do Reino de Portugal

Quando Dona Maria I de Bragança, Rainha de Portugal, chega ao então Vice-Reino do Brasil, com toda a sua comitiva, em 1808, vem com ela toda a tradição da Monarquia. Dona Maria I torna-se a primeira Rainha do Brasil, sendo logo sucedida por seu filho Dom João, que vem a ser o Rei e Imperador Dom João I do Brasil, e Dom João VI de Portugal.

Dom João I do Brasil é sucedido em 1822 por seu filho Dom Pedro, que veio a ser Dom Pedro I do Brasil e Dom Pedro IV de Portugal, que depois é sucedido por seu filho Dom Pedro II do Brasil.

Dom Pedro I do Brasil encomenda em 1822 do pintor francês Debret uma bandeira para servir como estandarte pessoal do Príncipe do Reino-Unido de Portugal, Brasil e Algarves. Logo depois veio a separação das Monarquias, sendo que o então estandarte principesco passou a Brasão do Império do Brasil.

Brasão do Império do Brasil

Surgiu daí uma forte confusão, que vigora até nossos dias, pois muitos passaram a crer que o Brasão encomendado por Dom Pedro I passou a ser o Brasão do Ramo Primogênito da Casa de Bragança (Ramo Brasileiro), porém o brasão é apenas o do Império, não da Casa de Bragança.

Nota-se que o Brasão do Império do Brasil tem como suportes dois ramos, um de Café, outro de tabaco, que eram claramente riquezas nacionais do Império, e não familiares (da Família Imperial).

Deve-se ter sempre em mente que a Casa de Bragança e a Casa Imperial são entidades autônomas, pois a primeira surgiu, como já dito, em 1401, e a segunda apenas em 1822, sendo porém que o Chefe da primeira é também o da segunda, mas CADA UMA DELAS tem seu Brasão de Armas próprios.

O Brasão de Armas do Ramo Primogênito da Casa de Bragança deve ser baseado no Brasão da Casa de Bragança, ou seja, Em Campo de prata, uma Cruz-de-Santo-André de goles, carregada de cinco escudetes cosidos de blau, com as quinas de Portugal.

Após 1640 modificou-se o Brasão da Casa, passando a ser o seguinte:
Em Campo de prata, uma Cruz-de-Santo-André de goles, carregada de cinco escudos do campo, sobrecarregados de cinco escudetes de blau postos em cruz (1-3-1), com as quinas de Portugal. 

Armas (novas) da Casa de Bragança


Desta forma, este deve ser o Brasão da Família Imperial Brasileira (Ramo Primogênito da Casa de Bragança): 
Em Campo de prata, uma Cruz-de-Santo-André de goles, carregada de cinco escudos do campo, sobrecarregados de cinco escudetes de blau, com as quinas de Portugal. Como suportes, dois dragões de sinopla, e tendo por timbre a Coroa Imperial do Brasil. 

Brasão de Armas que deveria ser utilizado pela Família Imperial Brasileira como Armas Familiares

Para aqueles que defendem que após o casamento de Dona Isabel I com o Conde d'Eu, devem-se somar as Armas da Casa d'Orléans às da Família Imperial Brasileira, este assim ficaria:  
Em Campo de prata, uma Cruz-de-Santo-André de goles, carregada de cinco escudos do campo, sobrecarregados de cinco escudetes de blau, com as quinas de Portugal, acompanhada em chefe d'um escudete de blau, carregado de três flores-de-lis d'ouro, acompanhadas em chefe d'um lambel de prata. Como suportes, dois dragões de sinopla, e tendo por timbre a Coroa Imperial do Brasil.

BRASÕES DOS MEMBROS DA CASA DE ORLÉANS E BRAGANÇA, COMO DINASTAS DO BRASIL.

Entre os Membros da Casa de Orléans e Bragança, há aqueles que são também Dinastas do Brasil, destacando-se assim ao Chefe da Casa Imperial do Brasil, que, ao nosso ver, deveria utilizar um título de pretensão, e nenhum melhor do que o de Duque de Santa Cruz. 

Brasão de Armas de Dom Luis Gastão, Chefe da Casa Imperial do Brasil

Para além dele há também o Príncipe Imperial do Brasil, e o Príncipe do Grão-Pará. 

Brasão de Dom Bertrand, Príncipe Imperial do Brasil

Brasão de Armas sugerido para Dom Antonio, Príncipe do Grão-Pará

Como durante o período da Monarquia no Brasil nunca se definiu um brasão para os Príncipes do Grão-Pará, e até hoje a Casa Imperial brasileira carece de tal definição, sugerimos que o mesmo utilize o brasão do Chefe da Casa Imperial, diferido por um lambel de prata de três braços, tendo três botões de rosas de goles em cada um dos braços do lambel, pois o Príncipe da Beira, que pode ser tido como título equivalente ao do Príncipe do Grão-Pará, utiliza as Armas do Chefe da Casa Real Portuguesa, diferenciado por um lambel de ouro de três braços, tendo três botões de rosas de goles em cada um dos braços do lambel, e, ao nosso ver, em tudo o que o Brasil for carente em questões heráldicas, deve buscar embasamento na heráldica real portuguesa (de onde nasceu a monarquia brasileira). 

Para quem deseja saber mais a respeito do brasão da Casa d'Orléans, recomendamos essa outra postagem, do Blog de Cavalaria. 
  

13 comentários:

  1. Os coronéis de Imperador, são categorizados como timbre?

    Atenciosamente,

    Raphael S.V.L.

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    1. Heraldicamente falando Imperadores não possuem "coronéis" e sim Coroas. Quanto a serem timbres, isto deve ser presumido pelo simples fato de que estão acima do escudo, em posição de timbrá-los

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    2. Eu fiz uma nova coroa, informe-me seu e-mail para enviá-la

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  2. É possível à pessoas de famílias não nobres tonarem-se membros da Ordem Militar e Hospitalária de São Lázaro de Jerusalém? Se sim, como deve-se proceder?

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  3. Vez ou outra vejo contradições sobre a cor do forro da coroa e do laço que une os dois ramos (de café e de fumo). Já li um artigo o qual registrava que originalmente no desenho de Debret o forro era em verde, porém por determinação de D.Pedro ele foi oficializado em vermelho, sem registros escritos que possam comprovar tal decisão. Mesmo nos sites que se dizem oficiais da Família Imperial, ou representativos dela, não há consenso; seria possível esclarecer esta questão e mesmo se há diferença neste aspecto entre o Brasão da Família Imperial e o que está na Bandeira Imperial ?

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    1. Também gostaria de ter essa questão esclarecida.

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    2. Certa vez li um material sobre heráldica (o qual infelizmente não possuo mais o link para referenciar) onde estava explícito que os forros de coroas são sempre representados com a cor vermelha.

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  4. Meu irmão achou enterrado em um barranco um cinzeiro com o brasão da família real,gostaria de saber se tem alguém interessado! Meu email é mary11_724@hotmail.com

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  5. Olá, vc poderia me dizer o porque da escolha dos dragões de sinopla no símbolo imperial?Qual o significado?

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  6. Só uma correção: CARLOS X estendeu o tratamento "Alteza Real" aos Orleães é aos Bourbon-Condé! Quanto ao nome, sim! Eles têm direito ao nome "Bourbon" já que lhe são um ramo cadete. A questão de não poderem usar foi um fato afeto à República Francesa. Em documentos italianos, sempre lhes é feita a referência "Borbone-D'Orléans".

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  7. Ola, ganhei de presente um colar do museu imperial - Petrópolis. É um brasão mas não sei de onde é ou o significado poderia tirar minha dúvida gosto muito dele gostaria de saber o significado

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