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sábado, 24 de setembro de 2011

HISTÓRICO DA ORDEM MILITAR E HOSPITAR DE N.S. DO CARMO E DE SÃO LÁZARO DE JERUSALÉM, BOIGNY E MESOLCINA

Aos meus heróico leitores proponho hoje o Histórico da Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, descrito pelo Conde Ivair Antonio Cantelli, dedicado membro da Delegação Brasileira das Ordens Dinásticas da Principesca e Ducal Casa de Mesolcina.


Histórico da Ordem Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina
Por Sua Excelência o Chanceler da Delegação Brasileira das Ordens Dinásticas da Casa Principesca de Mesolcina




Conforme afirmação de Belloy de Toulouse Pierre em seu livro “As Origens e Instituições das Diversas Ordens de Cavalaria, tanto as Eclesiásticas como as Leigas”, a origem da Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jeruzalém data do ano 72, instituída para a defesa dos Cristãos, que após a morte de Jesus Cristo, foram perseguidos pelos saduceus, fariseus e pelos romanos. É certo também que, segundo São Gregório de Nazienze, na periferia de Cesaréia, existia um magnífico Hospital, tão grande que se assemelhava a uma cidade, cuja construção havia sido iniciada no ano 370 por São Basílio, que acolhia sem distinção todos os doentes e peregrinos, inclusive os que tinham adquirido Lepra.  Desta dedicação e fé de São Basílio foram construídos em muitas outras cidades, hospitais leprosários denominados de São Lázaro (irmão de Marta e Maria, que foi ressuscitado por Jesus Cristo).

  Maimbour em seu livro “História das Cruzadas” escreve sobre os Cavaleiros de São Lázaro e os Cavaleiros de São João de Jeruzalém (conhecidos como Cavaleiros de Malta) e afirma que os Cavaleiros de São Lázaro são os mais antigos Hospitalários que se estabeleceram na Palestina, informando também que os Cavaleiros de Malta tiveram sua origem nos Cavaleiros de São Lázaro.

Antes das Cruzadas, existia em Jeruzalém, fora dos muros da Cidade Santa, um Hospital para Leprosos colocado sob a proteção de São Lázaro e dirigido pela Jurisdição dos Patriarcas Greco-Melquitas de Jeruzalém.

O papel hospitalar da Ordem de São Lázaro era muito importante, pois além dos leprosos tratados, os cavaleiros de outras ordens de cavalaria acometidos de lepra deviam se recolher ao hospital de São Lázaro. No período das Cruzadas, com a necessidade de defender o hospital, levou os internados mais válidos e mais robustos a formar uma milícia com armas em mãos para se defender dos ataques dos sarracenos. A partir disto, a Ordem de São Lázaro assumiu também o caráter militar.

O Rei São Luiz, quando foi à Terra Santa nas Cruzadas, fez-se acompanhar dos Cavaleiros de São Lázaro, nas batalhas que tentaram bloquear a marcha muçulmana.

Durante a Guerra dos Cem Anos, muitos Cavaleiros de São Lázaro foram companheiros de batalha de Santa Joana D’Arc, no cerco da cidade de Orleans.

A Ordem de São Lázaro também lutou bravamente na batalha Naval de Lepanto, onde os muçulmanos pretendiam invadir a Europa para aniquilar o cristianismo, batalha esta que o Papa São Pio V dedicou a vitória a Nossa Senhora do Rosário.

No século XV a cruz latina usada na idade média, adquiriu a forma de uma cruz de oito pontas, conhecida como cruz de malta, tal como existe nos dias atuais.

A Ordem de São Lázaro formou uma frota de guerra que combatia os piratas no Atlântico e em 1667 fundou uma Academia da Marinha em Paris

Vários Papas escreveram Bulas Pontifícias para a Ordem de São Lázaro e pela Bula do Papa Clemente XIV em 1772, a Ordem de São Lázaro deixou seu caráter de ordem religiosa, tornando-se ordem leiga.


Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, a Ordem de São Lázaro organizou um Corpo de Ambulâncias para as frentes de batalhas, formando um Corpo de Voluntários que rendeu grandes serviços humanitários durante os bombardeamentos. Nestas ações, muitos cavaleiros deram suas vidas, sendo que nesta guerra outros cavaleiros morreram em campos de concentração.

Em agosto de 1965, o Patriarca Greco Melquita Máximus IV, recebeu na cidade de Harissa, o Grão Chanceler da Ordem de São Lázaro, Coutant de Saissel, que veio especialmente à Terra Santa para abençoar a Bandeira da Ordem. Em outubro de 1965, esta mesma bandeira abençoada da Ordem de São Lázaro foi depositada sobre o túmulo do Santo Sepulcro e sobre o túmulo onde São Lázaro foi ressuscitado, na cidade de Betânia.

No decorrer da história ficaram reservados aos Cavaleiros de São Lázaro a ajuda aos hospitais, leprosários, no auxílio aos soldados feridos em guerras e na proteção dos Lugares Santos. Os Cavaleiros de São Lázaro sempre foram incorporados como Guardas do Corpo Real, tanto na guerra como na paz.

As festas da Ordem de São Lázaro eram sempre realizadas nos dias de Nossa Senhora do Carmo (16 de julho) e no dia de São Lázaro (17 de dezembro), solenemente celebrada na Igreja de Saint Germain dês Pres, em Paris.

A Ordem Militar e Hospitalar de São Lázaro de Jeruzalém :
É uma ordem militar, pois no decurso de sua história, seus cavaleiros defenderam com armas nas mãos as terras cristãs;
É uma ordem hospitalar, uma vez que sua existência foi dedicada ao serviço dos doentes, dos enfermos e dos leprosos. Sua luta atual ainda é em prol da caridade;
É uma ordem nobilar, decorrente do fato de haver exercido uma soberania nas classes nobres;
È uma ordem cristã, ligada ao Catolicismo, e também com grande carinho pela Igreja do Oriente sob a proteção do Patriarca Católico Greco Melquita, com suas origens na Terra Santa;
É uma ordem internacional, pois no decorrer da história estabeleceu-se em diversos reinos e estados da cristandade, com seus membros pertencentes a diversos países.

Cruz heráldica da Ordem
           
No Brasil, conforme consta em Diário Oficial da União de 15 de maio de 1936, o Presidente Getúlio Vargas condecorou com a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, uma comitiva da Ordem de Nossa Senhora do Carmo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, reconhecendo nossa Ordem na Heráldica Nacional Brasileira. Em setembro de 1973 foi instituída uma delegação no Brasil, sob a chefia do Conde Jacek Pawel Zainiswick. Em 10 de julho de 1978, pelo Decreto Magistral No. 78/03, a delegação do Brasil foi elevada a Delegação Nacional, sob o Comando do Cavaleiro Grã Cruz da Categoria de Mérito Comendador Raymond Youssef Kenj, que possuía uma Comendadoria, em vida, na Ordem do Monte Carmelo e de São Lázaro, além de ser Cavaleiro da Grã-Cruz Draconiano da Ordem de São Teodoro Mártir.

Brasão de Armas do Comendador Raymond Youssef Kenj

Este grande Cavaleiro que foi Raymond Youssef Kenj sempre lutou para esclarecer que a única verdadeira Ordem continuadora do Lazarismo, para além da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, da Real Casa de Savoia, é a Ordem Religiosa-Militar e Hospitalar de Nossa Senhora do Monte Carmelo e de São Lázaro de Jerusalém, Boigny e Mesolcina, da Principesca e Ducal Casa de Trivulzio-Galli de Mesolcina, deixando claro que não existe nenhum "grão-priorado do Brasil da Ordem Militar de São Lázaro de Jerusalém".

 O Comendador Kenj falecido no dia 03 de julho de 2009, sendo que dedicou sua vida em prol do crescimento e desenvolvimento das Ordens Dinásticas da Principesca e Ducal Casa de Trivulzio-Galli de Mesolcina no Brasil.

Após a morte do Comendador Kenj, o VIII Conde de Rubbiano tornou-se o principal referencial para o Lazarismo no Brasil.

Gostou da história da Ordem do Carmo e de São Lázaro no Brasil? Quer ser um Cavaleiro ou Dama? Escreva para o e-mail: ordinidinastici@gmail.com 

       

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